Alpes Literários

Alpes Literários

Subtítulo

UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Dylan Thomas - Em Meu Ofício ou Sombria Arte

Chegou a vez de um poema cuja autoria vem dum país raras vezes mencionado na mídia – e hoje, quase sempre associado ao atleta Gareth Bale, futebolista que joga no Real Madrid: País de Gales.

E o poeta? Dylan Thomas, não um poeta qualquer, mas um bardo que, pela obra e potente voz, teria influenciado o jovem cantor e compositor Robert Allen Zimmerman, o qual passou a assumir o nome artístico de Bob Dylan em sua homenagem.

Nota: penso que, nos presentes dias, Bob Dylan já seja mais famoso que Dylan Thomas. São as ironias do destino! (rs).

J.A.R. – H.C.

Dylan Thomas
(1914-1953)

    In my Craft or Sullen Art

    In my craft or sullen art
    Exercised in the still night
    When only the moon rages
    And the lovers lie abed
    With all their griefs in their arms,
    I labour by singing light
    Not for ambition or bread
    Or the strut and trade of charms
    On the ivory stages
    But for the common wages
    Of their most secret heart.

    Not for the proud man apart
    From the raging moon I write
    On these spindrift pages
    Nor for the towering dead
    With their nightingales and psalms
    But for the lovers, their arms
    Round the griefs of the ages,
    Who pay no praise or wages
    Nor heed my craft or art.

Retrato de Leo Tolstoy
(Nikolai Nikolaevich Ge: pintor russo)

    Em meu Ofício ou Sombria Arte

    Em meu ofício ou sombria arte
    Exercido na noite silenciosa
    Quando somente a lua se exaspera
    E os amantes jazem em seus leitos
    Com todos os desalentos em seus braços,
    Trabalho junto à melodiosa luz
    Não por ambição ou sustento
    Nem por vaidade ou troca de prestígios
    Nos palcos de marfim
    Senão pelos comuns proventos
    De seu mais secreto coração.

    Não para o orgulhoso homem
    Distanciado da lua exasperante
    Escrevo estas páginas urdidas na voragem
    Nem para os eminentes mortos
    Com seus rouxinóis e salmos,
    Mas para os amantes, seus braços
    A enlaçar os desalentos das eras,
    Que não rendem nem provento nem louvor
    Tampouco se ocupam com meu ofício ou arte.

Referência:

THOMAS, Dylan. In my craft or sullen art. In: __________. Collected poems: 1934-1953. 1st ed.; 12th rep. London, EN: J. M. Dent & Sons Ltd., 1959. p. 128.

Nenhum comentário:

Postar um comentário