Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

sexta-feira, 6 de março de 2015

Mario Quintana - O Poema

Um poeminha sobre o poema. Um poeta entre os grandes poetas. Tal é a suma que fazemos deste ‘post’. E se o poeta afirma que todo poema é triste, não é que esteja a afirmar uma verdade universal, senão apenas um ponto de vista pessoal. Isto porque o poema vem-lhe do interno, que manifestamente é capaz de evidenciar toda a sua própria tristeza, filtrada por singular beleza.

J.A.R. – H.C.

Mario Quintana
(Alegrete, RS, 1906 – Porto Alegre, RS, 1994)

Com uma poesia simples, entre terna e irônica, não raro bem humorada, Mario Quintana conquistou um público fiel - e é um nome importante do segundo momento do nosso Modernismo. Principais obras poéticas: A rua dos cata-ventos (1940), Canções (1946), Sapato florido (1948), O aprendiz de feiticeiro (1950), Espelho mágico (1951), Caderno H (1975), Apontamentos de história sobrenatural (1976), A vaca e o hipogrifo (1977) (PINTO, 2004, p. 109).

O Poema

Um poema como um gole d’água bebido no escuro.
Como um pobre animal palpitando ferido.
Como pequenina moeda de prata perdida para
sempre na floresta noturna.
Um poema sem outra angústia que a sua misteriosa
condição de poema.
Triste.
Solitário.
Único.
Ferido de mortal beleza.

Referência:

QUINTANA, Mario. O poema. In: PINTO, José Nêumanne (Sel.). Os Cem Melhores Poetas Brasileiros do Século. Ilustrações de Tide Hellmeister. 2. ed. São Paulo, SP: Geração Editorial, 2004. p. 109.

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