Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Edward Lear – O Mocho e a Gatinha

Um poema que é o máximo do nonsense – afinal, o que se diria de um amor entre uma coruja-macho e uma gata? –, com vocábulos e expressões que ganharam sentido por meio da imaginativa mente de seu autor, o britânico Edward Lear, como  “Bong-Tree” e “runcible”, para os quais há tentativas de explicações em inúmeros “sites” na internet.

A intérprete gaúcha Adriana Calcanhotto musicalizou a seu modo a historinha, no endereço do youtube que mais abaixo apresentamos. Ademais, as ilustrações anexadas a esta postagem, de autoria de William Foster, foram extraídas deste endereço, associado ao Projeto  Gutenberg.

Enfim: como a poesia parece estar mesmo direcionada às crianças, elas certamente, em suas fantasias, saberão usufruir melhor o prazer que o poeta, em sua criação, procurou engendrar.

J.A.R. – H.C.

Edward Lear
(1812-1888)


The Owl and the Pussy-Cat

(I)

The Owl and the Pussy-cat went to sea
In a beautiful pea green boat,
They took some honey, and plenty of money,
Wrapped up in a five pound note.
The Owl looked up to the stars above,
And sang to a small guitar,
“O lovely Pussy! O Pussy my love,
What a beautiful Pussy you are,
You are,
You are!
What a beautiful Pussy you are!”


(II)

Pussy said to the Owl, “You elegant fowl!
How charmingly sweet you sing!
O let us be married! too long we have tarried:
But what shall we do for a ring?”
They sailed away, for a year and a day,
To the land where the Bong-tree grows
And there in a wood a Piggy-wig stood
With a ring at the end of his nose,
His nose,
His nose,
With a ring at the end of his nose.


(III)

“Dear pig, are you willing to sell for one shilling
Your ring?” Said the Piggy, “I will”.
So they took it away, and were married next day
By the Turkey who lives on the hill.
They dined on mince, and slices of quince,
Which they ate with a runcible spoon;
And hand in hand, on the edge of the sand,
They danced by the light of the moon,
The moon,
The moon,
They danced by the light of the moon. 


 

O Mocho e a Gatinha

O Mocho e a Gatinha lançaram-se ao mar
Em um belo barco verde-ervilha,
Levaram um pouco de mel e dinheiro bastante,
Envolto numa nota de cinco libras.
Contemplando as estrelas no firmamento,
E ao som de uma pequena guitarra, o mocho cantou:
“Ó encantadora Gatinha, ó Gatinha, meu amor,
Que bela Gatinha você é,
Você é,
Você é!
Que linda Gatinha você é!”


Ao que Gatinha lhe disse, “Você é uma elegante ave!
E como você canta de modo doce e cativante!
Ó casemo-nos! Já deixamos passar muito tempo:
Onde, porém, encontraremos um anel?”
Eles navegaram mar afora, durante um ano e um dia,
Até a terra onde vicejam as árvores de Bong,
E ali no bosque encontraram um nobre leitão
Com um anel na ponta de seu nariz,
Seu nariz,
Seu nariz,
Com um anel na ponta de seu nariz.


“Querido leitão, você está disposto a vender por um xelim
O seu anel?” Disse-lhes o porquinho, “Pois sim”.
Desse modo o tomaram, e foram casados no dia seguinte
Por um Peru que vivia na colina.
Eles cearam carne picada e rodelas de marmelo,
Que saboreavam com uma colher-garfo.
E de mãos dadas, bem próximo à praia,
Dançaram ao clarão da lua,
Da lua,
Da lua,
Eles dançaram ao clarão da lua.


 
Adriana Calcanhotto
(O Mocho e a Gatinha)

Referência:

LEAR, Edward. The owl and the pussy-cat. In: __________. The owl and the pussy-cat. London (EN): Sovereign Classic, 2014. p. 7-8. (Sovereign Children’s Classics)
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