Resgatamos, neste ‘post’, um poema do filósofo alemão Nietzsche,
extraído de seus “Fragmentos
do Espólio”. Retrata ele o comportamento noturno dos
gatos, que furtivamente sobem aos telhados para dar vazão às suas lascivas paixões.
Rechonchudos como os monges libidinosos, compara Nietzsche, a sublinhar a sua
mais do que conhecida aversão às religiões.
J.A.R. – H.C.
Caricatura de Nietzsche
(1844-1900)
Nacht ist’s
Nacht ist’s: wieder über den Dächern
wandelt des Mondes feistes Antlitz.
Er, der eifersüchtigste aller Kater,
Allen Liebenden blickt er eifersüchtig
Dieser blasse fette “Mann im Monde”.
Lüstern schleicht er um alle dunklen Ecken,
Lehnt breit sich in halbverschlossene Fenster,
Einem lüsternen, fetten Mönche gleich, geht
Frech er nachts auf verbotnen Wegen.
Gato sobre o Telhado
(Dean Wittle: artista
norte-americano)
It is night
It is night: again over the roofs,
wanders the fat face of the moon.
He, the most jealous of all cats,
looks jealously at all lovers,
this pale, fat “man in the moon”.
He creeps around all dark corners,
leans far into half open windows,
like a lecherous, fat monk, he travels
cheekily upon nightly forbidden paths.
Gato à Janela
(Alexander Gunin:
artista russo)
É noite
É noite: novamente
sobre os telhados
Vagueia a face
redonda da lua.
Ele, o mais ciumento
de todos gatos,
Olha com ciúmes para
todos os amantes,
Esse pálido e gorducho
“homem da lua”.
Esgueira-se lascivo pelos
cantos mais escuros,
Recosta-se folgadamente
a janelas meio abertas.
Como um libidinoso e
rechonchudo monge, ele anda
Insolente de noite,
por caminhos proibidos.
Referência:
NIETZSCHE, Friedrich. It is night. In: __________. The peacock and the buffalo: the poetry of Nietzsche. Through the
Circle of Dionysos Dithyrambs, n. 122. Translation by James Luchte. New York
(US); London (EN): Continuum International Publishing Group, 2010. p. 381.
NIETZSCHE, Friedrich. Nacht ist’s. __________. Nachgelassene fragmente: 1882-1884. Kritische studienausgabe herausgegeben
von Giorgio Colli und Mazzino Montinari. 2. Durchgesehene Aufllage. München
(DE): Deutscher Taschenbuch Verlag, 1988. p. 425.
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