Por meio deste
autêntico libelo contra a segregação e a discriminação racial, o poeta exalta a
luta e a resistência dos afro-americanos nos EUA, recorrendo à autoafirmação de
sua identidade, ao tempo que reivindica o contributo e o pertencimento aos
quadros da nação norte-americana, para, desse modo, fazer valer o princípio da
igualdade que, mais amplamente, deve permear as relações humanas.
Vislumbra-se nestes
versos o sentido orientador mais bem definido dos embates pelos direitos civis e
pela inclusão das minorias – em meados da segunda metade do século passado –,
com o objetivo de se firmar a noção do valor intrínseco de cada indivíduo, de sua
integridade física e psicológica, em suma, de sua dignidade como pessoa, à luz
desse amplo e belo espectro de diversidade que há no mundo.
J.A.R. – H.C.
Langston Hughes
(1901-1967)
I, Too
I, too, sing America.
I am the darker
brother.
They send me to eat
in the kitchen
When company comes,
But I laugh,
And eat well,
And grow strong.
Tomorrow,
I’ll be at the table
When company comes.
Nobody’ll dare
Say to me,
“Eat in the kitchen,”
Then.
Besides,
They’ll see how
beautiful I am
And be ashamed –
I, too, am America.
Unir Forças
(Barbara Jones-Hogu:
artista afro-americana)
Eu, Também
Eu, também, canto a
América.
Sou o irmão mais pardo.
Mandam-me comer na
cozinha
Quando chega alguma
visita,
Mas eu rio,
Como bem
E cresço forte.
Amanhã,
Estarei à mesa
Quando chegar alguém,
E então
Ninguém ousará
Me dizer,
“Vá comer na
cozinha”.
Além do mais,
Verão como sou belo
E ficarão
envergonhados –
Eu, também, sou a
América.
Referência:
HUGHES, Langston. I,
too. In: __________. The collected poems
of Langston Hughes. Edited by
Arnold Rampersad (Editor) and David Roessel (Associate Editor). 1st ed. New
York, NY: Vintage Books (A Division of Random House, Inc.), nov. 1995. p.
46.
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