Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Hugo Mund Júnior - Visão da Estrela

O facho reluzente da estrela que pervaga o céu noturno, na imaginosa interpretação do poeta, busca menos iluminar o firmamento – para que possamos contemplar o jornadear das renas do Papai-Noel (rs) –, do que trazer lume aos espíritos carentes de sabedoria.

As estrelas surgem na escuridão da noite e a sua quantidade inumerável faz o “caniço pensante” levantar questões sobre a origem e a essência da vida, bem como sobre o seu propósito: somos parte dessa portentosa expressão do Eterno, cujas razões se ocultam e se projetam através dos séculos, até que se viabilizem as condições para que venham a ser minimamente desvendadas!

J.A.R. – H.C.

Hugo Mund Júnior
(n. 1933)

Visão da Estrela

Indica o rumo
a mais alta estrela,
cegos que estamos
à claridade interna.

Onde há vida,
há tudo que somos,
sem dela sabermos
a mínima parcela.

A visão que se aclara
desaba uma festa,
a descoberta
de um guia seguro.

Céu Noturno com a Primeira Estrela
(Abbey Ryan: pintora norte-americana)

Referência:

MUND JÚNIOR, Hugo. Visão da estrela. In: __________. Poesia reunida. Introdução e posfácio por Lauro Junkes. Florianópolis, SC: Academia Catarinense de Letras, 1997. p. 104. (Coleção ACL; 13)


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