O facho reluzente da estrela que pervaga o céu noturno, na imaginosa
interpretação do poeta, busca menos iluminar o firmamento – para que possamos
contemplar o jornadear das renas do Papai-Noel (rs) –, do que trazer lume aos
espíritos carentes de sabedoria.
As estrelas surgem na escuridão da noite e a sua quantidade inumerável
faz o “caniço pensante” levantar questões sobre a origem e a essência da vida,
bem como sobre o seu propósito: somos parte dessa portentosa expressão do Eterno,
cujas razões se ocultam e se projetam através dos séculos, até que se
viabilizem as condições para que venham a ser minimamente desvendadas!
J.A.R. – H.C.
Hugo Mund Júnior
(n. 1933)
Visão da Estrela
Indica o rumo
a mais alta estrela,
cegos que estamos
à claridade interna.
Onde há vida,
há tudo que somos,
sem dela sabermos
a mínima parcela.
A visão que se aclara
desaba uma festa,
a descoberta
de um guia seguro.
Céu Noturno com a Primeira Estrela
(Abbey Ryan: pintora
norte-americana)
Referência:
MUND JÚNIOR, Hugo. Visão da estrela.
In: __________. Poesia reunida.
Introdução e posfácio por Lauro Junkes. Florianópolis, SC: Academia Catarinense
de Letras, 1997. p. 104. (Coleção ACL; 13)
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