“Devemos reconhecer
que a literatura não transforma socialmente o mundo, que o mundo é que vai
transformando, e não só socialmente, a literatura. É ingênuo incluir a
literatura entre os agentes de transformação social. Reconheçamos que as obras
dos grandes criadores do passado não parecem ter originado, em sentido pleno,
nenhuma transformação social efetiva, embora tendo uma forte influência em
comportamentos individuais e de geração. A humanidade seria hoje exatamente a
mesma que é se Goethe não tivesse nascido. A literatura é irresponsável, mas não
se pode imputar-lhe nem o bem nem o mal da humanidade. Pelo contrário, ela atua
como um reflexo mais ou menos imediato do estado das sociedades e de suas
sucessivas transformações”. (SARAMAGO, 2010, p. 182)
“Saramago: ‘La posibilidad de lo
imposible, los sueños e ilusiones, son la materia de mi escritura’”, ABC,
Madri, 20 de abril de 1989 [Entrevista a Jesús Fonseca].
José Saramago
(1922-2010)
Referência:
SARAMAGO, José. As palavras de Saramago: catálogo de reflexões pessoais, literárias
e políticas. Organização e seleção de Fernando Gómez Aguilera. São Paulo, SP:
Companhia das Letras, 2010.
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