O poeta evoca a liberdade da poesia – esse reino encantado e
incomensurável, onde estamos aptos a voar pelo poder das palavras –, para falar
daquilo que de mais harmonioso há entre o céu e a terra: uma bela alma numa
forma encantadora.
Beleza das belezas, a formosura do espírito desata qualquer amarra capaz
de interditar o corpo, pois ainda que tudo à nossa volta concorra para um
estado d’alma soturno ou pesaroso, nada atinge aquele que tenha o ânimo
resiliente.
J.A.R. – H.C.
Friedrich von Schiller
(1759-1805)
Poesie
Mich hält kein Band, mich fesselt keine Schranke,
Frei schwing’ ich mich durch alle Räume fort.
Mein unermesslich Reich ist der Gedanke,
Und mein geflügelt Werkzeug ist das Wort.
Was sich bewegt im Himmel und auf Erden,
Was die Natur tief im Verborgnen schafft,
Muss mir entschleiert und entsiegelt werden,
Denn nichts beschränkt die freie Dichterkraft;
Doch Schönres find’ ich nichts, wie lang ich wähle,
Als in der schönen Form – die schöne Seele.
A Alma da Rosa
(John William Waterhouse: pintor inglês)
Poesie
Não há amarra ou barreira
que me detenha,
Plano livremente
pelos mais distantes quadrantes.
Meu império incomensurável
é o pensamento,
E o meu instrumento
alado é a palavra.
O que se agita pelo firmamento
e pela terra,
O que a natureza cria
em profundo segredo,
Deve a mim ser desinterditado
e revelado,
Pois nada limita o
livre ímpeto do poeta;
Por mais que busque, mais
beleza não encontro,
Do que a bela alma na
encantadora forma.
Referência:
SCHILLER, Friedrich von. Poesie. In: PLOTZ, Helen (Sel.). Poems from the german. Drawings by
Ismar David. A Bilingual Edition: German - English. New York, NY: Thomas Y.
Crowell Company, 1967. p. 128.
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