Nestes tempos ainda bicudos, em que vemos o homem muito mais do que como
simples “lobo’ do homem, mas como carrasco implacável do próprio homem,
exemplificadamente lá pelo Oriente Médio – os palestinos civis que o digam, sob
o fogo cruzado do exército de Israel! –, fazemos apelo a um tempo de paz, em
que nossas diferenças sejam superadas pela tolerância e pelo convívio pacífico,
sem racismos, sem radicalismos, sem divisionismos separatistas, sem quaisquer
desonras ao próximo impingidas a partir de argumentos suspeitos, falsos, torpes
ou hipócritas.
Não desejo nada disso: como John Lennon, podem me acusar de “sonhador”,
mas aspiro a essa utopia com muita esperança. Não é possível que o estado
natural do ser humano, em pleno Século XX, não haja evoluído de suas primitivas
formas mentais, agressivas ao extremo, egoístas por princípio, destrutivas por
extensão.
Em defesa do povo palestino, agredido e vituperado em seus legítimos
direitos de autodeterminação, grito como muitos: Palestina Livre, Já!
Deixamos aqui uma mensagem de confiança no homem: nas entrelinhas de um
excerto do longo poema “Paracelsus”, de Robert Browning, vemos que já há muitas
pessoas que preferem ver mais próximo um futuro no qual a autêntica justiça não
erre desconhecida ou ignorada deliberadamente em nossas consciências!
J.A.R. – H.C.
Robert Browning
(1812-1889)
Part V – Paracelsus Attains
(Excerpt)
Thus he [God] dwells
in all,
From life’s minute
beginnings, up at last
To man – the consummation of this scheme
Of being, the completion of this sphere
Of life: whose attributes had here and there
Been scattered o’er the visible world before,
Asking to be combined, dim fragments meant
To be united in some wondrous whole,
Imperfect qualities throughout creation,
Suggesting some one creature yet to make,
Some point where all those scattered rays should
meet
Convergent in the faculties of man.
[…]
When all the race is perfected alike
As man, that is; all tended to mankind,
And, man produced, all has its end thus far:
But in completed man begins anew
A tendency to God. Prognostics told
Man’s near approach; so in man’s self arise
August anticipations, symbols, types
Of a dim splendour ever on before
In that eternal circle life pursues.
For men begin to pass their nature’s bound,
And find new hopes and cares which fast supplant
Their proper joys and griefs; they grow too great
For narrow creeds of right and wrong, which fade
Before the unmeasured thirst for good: while peace
Rises within them ever more and more.
Such men are even now upon the earth.
Referência:
BROWNING, Robert. Paracelsus Attains. In:
__________. Paracelsus. Disponível
neste endereço.
Acesso em: 31 de julho de 2014.
Parte V – Paracelsus Alcança
(Excerto)
Deus habita em tudo,
Do minuto inicial de
vida
Ao Homem – a
consumação deste plano
Do ser, a conclusão
desta esfera
Da vida: seus
atributos espalhados
Aqui e ali pelo mundo
visível,
Pedindo para serem
combinados,
São pálidos
fragmentos destinados
A se unirem num todo
esplendoroso,
Qualidades ainda imperfeitas,
Que se encontram por
toda a criação,
Sugerem uma criatura
a ser formada,
Um ponto onde todos
os raios dispersos
Devam convergir nas
faculdades do Homem.
[...]
Quando a raça inteira
chegar à perfeição,
Ao Homem, ao Ser,
tudo visando à Humanidade,
Completa-se a criação
e termina o ciclo:
Mas o Homem aperfeiçoado
Reinicia o caminho
rumo a Deus.
O Homem se aproxima,
anunciam os profetas;
Então surgem em seu
ser visões majestosas,
Protótipos de um pálido
esplendor,
Símbolos da eterna
roda da vida.
Porque os Homens
começam a vencer
Os limites de sua
natureza,
Encontram novas
esperanças e objetivos
Que não tardam a tornar
menores
Suas próprias
alegrias e aflições;
Os Homens tornam-se
grandes demais
Para estreitas
convicções de certo e errado,
Que esmaecem
perante a incomensurável
Sede pelo Bem;
enquanto a Paz
No seu íntimo
cresce mais e mais.
Homens assim já
andam sobre a Terra,
Serenos, entre as
outras criaturas
Semiformadas que
estão ao seu redor.
Referência:
BROWNING, Robert. Paracelsus alcança. In: BAKER, Douglas. Anatomia esotérica. Tradução de Júlia
Bárány. São Paulo: Mercuryo, 1993. p. v.
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