Alemanha 2014 – A Campeã Voltou: A Argentina não
suportou a terceira prorrogação na Copa até o final, sucumbindo então ao melhor
futebol praticado pela seleção alemã. É verdade que a campeã europeia sofre, e
muito, quando o time adversário se posta de modo consistente em sua defesa,
evidenciando que o seu ataque, a despeito de haver enfiado sete gols no
desorganizado time brasileiro, tem também as suas limitações.
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Götze – Do Banco de Reservas à
Consagração: Ontem, a seleção argentina, ao longo dos 90 minutos, teve duas
oportunidades de ouro para abrir o placar – e as perdeu, com Higuaín e Messi –,
contra uma mais aguda da Alemanha, na cabeçada de Höwedes, em que a bola se
chocou com a trave. No primeiro tempo da prorrogação, Palacio perdeu mais uma
grande chance frente a Neuer. E na segunda parte do prolongamento, o castigo: o
garoto Götze, que havia entrado na seleção alemã pouco antes, depois de um
cruzamento vindo da esquerda, matou a bola no peito em grande estilo e fulminou
as pretensões alviazuis.
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Sem Cláusula “If” no Futebol: Como sabemos, não há
condicionantes no “programa” do futebol. Afinal, sua história sempre é aquilo
que ocorreu de fato (truísmo, não?!). Pouco importa ficar conjecturando como se
desenrolaria a partida caso Higuaín tivesse fulminado Neuer no erro alemão do
primeiro tempo da partida. Sem irmos muito distante no tempo, podemos lembrar
dos gols perdidos pelo holandês Robben na final de 2010, na África do Sul.
Moral da história: Espanha campeã! Os deuses do ludopédio são inapeláveis! (rs)
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Messi – O Melhor da Copa?: O jogador
argentino, longe de sua melhor forma física e técnica, foi escolhido pela Fifa
como o craque da Copa. Desculpem-me os que concordam com tal condecoração, mas
não convirjo com essa opinião. Houve jogadores que tiveram um desempenho
superior ao de Messi, como a revelação James Rodríguez, da Colômbia, o
artilheiro do torneio, com seis gols. Ou ainda Schweinsteiger, um atleta que
qualquer treinador apreciaria ter em seu elenco.
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Os Quatro Primeiros: Quanto à ordem de
colocação entre os primeiros do certame – Alemanha, Argentina, Holanda e Brasil
–, sustento que o segundo lugar para a Argentina está sobreavaliado, frente ao
futebol efetivamente jogado pelos “Hermanos” ao longo da Copa. O mais “justo”
seria: Alemanha, Holanda, Argentina e Brasil. No que pertine ao quarto lugar
para o Brasil, foi um prêmio ante as fracas apresentações do time, em especial nas
duas últimas, quando mostrou uma desorganização espantosa no plano tático.
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Erros Primários: Digam o que disserem
os pertencentes à comissão técnica da seleção brasileira, Felipão à frente, o
que se ratificou na partida do último sábado, contra a Holanda, foi a absoluta
inexistência de esquema tático do lado verde-amarelo. Erros de arbitragem à
parte, o resultado, ainda que um pouco elástico para o que a Holanda fez em
todo o jogo, desnuda o caráter anárquico na forma de jogo do Brasil, com alguns
jogadores querendo “resolver” as coisas a seu jeito, e outros cometendo erros
que nem a garotada do juvenil chega a tanto! – como a cabeçada de David Luiz no
segundo gol holandês, oferecendo a bola quase na marca do pênalti para o
atacante vazar a baliza brasileira, quando a ação mais simplória, ali, seria
o cabeceio da pelota para a linha de fundo, ou mesmo deixá-la passar ao lado
oposto do campo.
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Hipótese: Se não for mera
hipótese, diria, por fim, que nem um time formado por jogadores participantes
do campeonato brasileiro, juntado às pressas para formar uma onzena, sem sequer
treinar junto, mas apenas organizado num esquema bem definido, por exemplo,
3-5-2, tomaria de 7 x 1 da Alemanha, viesse a Alemanha com o time mais forte
que tivesse. Afinal, elencos até mais fracos tecnicamente que o do Brasil
conseguiram resultados mais dignos contra o elenco europeu, como sejam, Gana,
EUA, Argélia, França e a própria Argentina. Não que o elenco brasileiro desta
Copa seja de valor; antes, é o mais fraco desde a Copa de 70, quando comecei a
conhecer o futebol. Mas apenas pelo fato de que basta você postar o seu time
todo atrás da linha da bola para opor resistência quase intransponível a qualquer
adversário.
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Rússia 2018: Agora aguardemos até a
próxima Copa em 2018, quando também espero estar presente, pois a vontade de conhecer
a cidade de São Petersburgo, a ex-capital dos czares, é imensa, maior até que o
meu apreço pelo futebol. Se não for um desvio incomensurável de tema, poderia
expressar o deleite em haver desfrutado as descrições que o emigrado russo
Solomon Volkov faz da sua amada cidade, em “São Petersburgo: uma história cultural”: sua história,
seus personagens, músicos, estetas, arquitetos, artistas, dançarinos,
escritores. Vamos lá, certamente. Vida que segue...
J.A.R. – H.C.
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