Alpes Literários

Alpes Literários

Subtítulo

UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Nancy Lazariuk – Must My Poetry Be Deep?

Sem muito a dizer sobre a autora do poema acima epigrafado, aparentemente de origem canadense, passemos direto à transcrição de seu poema, a constar na antologia em referência, e a nossa correspondente versão ao português.

Mostra-nos ela que os poemas rimados – e por que não dizer, metrificados? –, ainda que, de algum modo, superados, ainda são capazes de provocar prazeres e sorrisos, a despeito de os dias correntes padecerem de toda sorte de dissabores.

J.A.R. – H.C. 
O Massacre dos Inocentes
Tintoretto: 1582-1587

Must My Poetry Be Deep?
(Nancy Lazariuk)

Must my poetry be deep
to circumvent
the rubbish heap?
Must my poetry be wise
to make its way
to others’ eyes?
Or can it just be
silly fun:
I love a rhyme,
a joke,
a pun.
It seems there’s so much blood and gore,
pestilence,
and death and war
that rhyming poems can bring a smile,
even though
they’re out of style!

Autorretrato
Tintoretto: 1518-1594

Minha Poesia Deve Ser profunda?
(Nancy Lazariuk)

Minha poesia deve ser profunda
para contornar
o monte de lixo?
Minha poesia deve ser perspicaz
para forjar o seu percurso
aos olhos dos outros?
Ou pode ser apenas
frívola diversão:
eu aprecio uma rima,
um gracejo,
um trocadilho.
Parece que há tanto sangue e carnificina,
pestilência,
e morte e guerra
que os poemas rimados têm o poder de suscitar um sorriso,
apesar de
estarem fora de moda.

Referência:

LAZARIUK, Nancy. Must my poetry be deep. In: McALISTER, Neil Harding (ed.). New classic poems: contemporary verse that rhymes. Illustrated by Jonathan Day. Ontario, CA: Published by Neil Harding  McAlister, 2005. p. 118.

Nenhum comentário:

Postar um comentário