Sem poder mencionar qualquer informação sobre o autor do soneto que ora
posto, sequer acerca da autenticidade de seu próprio nome, apenas informo
tratar-se de um poeta hipoteticamente espanhol. Ou seja: um poeta que escreve sobre
uma figura literária de referência, originária de seu próprio país.
J.A.R. – H.C.
Dom Quixote
(Gravura de Gustave Doré)
Don Quijote
Mi Señor Don Quijote,
del yelmo y la bacía,
recostado en la
lanza, sobre tu Rocinante:
¡cuántas veces, he
visto sobre la vida mía
tu arrogante figura
de caballero andante!;
¡cuántas, tu seco
rostro recortarse veía
en el fondo
aguafuerte del Campo de Agramante,
mirando la impotencia
del hierro de tu guante
desde las soledades
de tu caballería!
Y, un día, tu silueta
se perdió en la llanura;
el brazo derribado,
la rienda a la ventura;
sobre el pecho de
hierro, la mirada abatida...
¡En el perfil bohemio
de mi cansancio viejo,
cual una mascarada,
paseó tu cortejo
de irrisorias
derrotas, las sendas de mi vida!
Don Quijote
Ciprian Frunza
(n. 1984: Bacau -
Moldávia)
Dom Quixote
Meu Senhor Dom
Quixote, do elmo e da bacia,
recostado na lança,
sobre teu Rocinante;
quantas vezes tenho
visto sobre a vida minha
tua arrogante figura
de cavaleiro andante!;
quantas, teu seco
rosto recortar-se via
no fundo água-forte
do Campo de Agramante,
divisando a
impotência do ferro de tua luva
a partir das solidões
de tua cavalaria!
E, um dia, tua
silhueta se perdeu na planície;
o braço tombado, a
rédea ao acaso;
sobre o peito de
ferro, o olhar abatido...
No perfil boêmio de
meu cansaço velho,
qual uma mascarada,
passeou teu cortejo
de irrisórias
derrotas, as sendas de minha vida!
Referência:
VALDIVIA, Eduardo. Don Quijote. In: CAPRILE,
Margarita A. et al. El libro de los
sonetos: antología poética. Buenos Aires (AR): [s.n.], 1910. Disponível neste endereço. p. 195.
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