Um gato quase humano: é assim que o poeta e dramaturgo norte-americano Michael
McClure – um dos membros da denominada “Geração Beat”, que contava ainda com Allen Ginsberg e Jack
Kerouac, entre outros – observa o passeio noturno do bichano pelo quarto. Ele
não se satisfaz apenas com sexo. Quer muito mais que isso: quer amor!
J.A.R. – H.C.
Michael McClure
(n.: 1932)
Cat’s Air
I’m rich with the music the cat makes at night −
the delicate, tiny mewing
as he wanders the room looking for love,
quietly walking, sweetly mewing,
a huge grey cat. Not looking for sex
but looking for love. Frightened
of noises I can’t hear. Sweating, lost
for love as he circles the bookcase.
Ar de Gato
Enriquece-me a música
que o gato faz de noite –
o delicado, o
minguado miado
enquanto vagueia pelo
quarto em busca de amor,
caminhando
calmamente, a miar suavemente,
um enorme gato
cinzento. Não em busca de sexo,
senão em busca de
amor. Assustado
por ruídos que não
consigo ouvir. Suando, perdido
de amor enquanto circula
pela estante.
Referência:
McCLURE , Michael. Cat’s air. In: ConnCensus.
Poet's Corner. vol. 45, n. 8 New London, Connecticut, Thursday, November 19,
1959. Page Two. Disponível neste endereço.
ö
Nenhum comentário:
Postar um comentário