O francês Charles Cros não foi apenas um inventor, tendo desenvolvido
vários métodos para aperfeiçoar a fotografia e o telégrafo. Ele também foi
poeta! E suas poesias, muitas vezes, empregam as palavras exatamente para
resgatar os vários tons de cor.
No poema a seguir, o branco, o negro e o rosa se intercalam em suas três
estrofes, e uma sensação de contato aproximado do corpo da gata com o seio
desnudo de sua dona torna a descrição ainda mais sensual.
J.A.R. – H.C.
Charles Cros
(1842-1888)
Coin de
Tableau:
sensation de haschisch
Tiède et blanc était le sein.
Toute blanche était la chatte.
Le sein soulevait la chatte.
La chatte griffait le sein.
Les oreilles de la chatte
Faisaient ombre sur le sein.
Rose était le bout du sein,
Comme le nez de la chatte.
Un signe noir sur le sein
Intrigua longtemps la chatte;
Puis, vers d’autres jeux, la chatte
Courut, laissant nu le sein.
Canto de Quadro:
sensação de haxixe
Cálido e branco era o
seio.
Toda branca era a
gata.
O seio levantava a
gata.
A gata arranhava o
seio.
As orelhas da gata
Faziam sombra sobre o
seio.
Rosado era o bico do
seio,
Como o nariz da gata.
Um sinal negro sobre o
seio
Intriga por muito
tempo a gata;
Depois, por outros
jogos, a gata
Correu, deixando nu o
seio.
Referência:
CROS, Charles. Le coffret de santal. 3. ed. Paris
(FR): P.-V. Stock, 1908. p. 98-99.
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