Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Charles Cros: Uma gata sobre o seio da dona

O francês Charles Cros não foi apenas um inventor, tendo desenvolvido vários métodos para aperfeiçoar a fotografia e o telégrafo. Ele também foi poeta! E suas poesias, muitas vezes, empregam as palavras exatamente para resgatar os vários tons de cor.

No poema a seguir, o branco, o negro e o rosa se intercalam em suas três estrofes, e uma sensação de contato aproximado do corpo da gata com o seio desnudo de sua dona torna a descrição ainda mais sensual.

J.A.R. – H.C. 
Charles Cros
(1842-1888)

Coin de Tableau:
sensation de haschisch

Tiède et blanc était le sein.
Toute blanche était la chatte.
Le sein soulevait la chatte.
La chatte griffait le sein.

Les oreilles de la chatte
Faisaient ombre sur le sein.
Rose était le bout du sein,
Comme le nez de la chatte.

Un signe noir sur le sein
Intrigua longtemps la chatte;
Puis, vers d’autres jeux, la chatte
Courut, laissant nu le sein. 


Canto de Quadro:
sensação de haxixe

Cálido e branco era o seio.
Toda branca era a gata.
O seio levantava a gata.
A gata arranhava o seio.

As orelhas da gata
Faziam sombra sobre o seio.
Rosado era o bico do seio,
Como o nariz da gata.

Um sinal negro sobre o seio
Intriga por muito tempo a gata;
Depois, por outros jogos, a gata
Correu, deixando nu o seio.

Referência:

CROS, Charles. Le coffret de santal. 3. ed. Paris (FR): P.-V. Stock, 1908. p. 98-99.
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