Vamos a mais um poeminha básico sobre um certo
gato negro que, em sua sesta, encantou a escritora guatemalteca Luz Méndez,
falecida já nonagenária há apenas dois anos.
J.A.R. – H.C.
Luz Méndez de la Vega
(1919-2012)
El Gato Negro
Ónix y jade.
Lagunas verdes
que fosforecen
en la sombra
del ébano arqueado.
Reposo de terciopelo.
Garra afilada
bajo la nocturna seda.
Elástico resorte
presto para el salto,
desde el perezoso desmayo
de la siesta ronroneante.
Igual que el gato
enroscado
en el sofá de raso
de la alcoba;
en silencio,
ovillado
sobre el tibio cojín
de mi carne,
inesperadamente,
ágil brinca el deseo,
cuando más dormido parece.
A atriz Sue
Lyon como “Lolita”
a segurar um gato negro
em cena da
adaptação (1962) de
Stanley Kubrick
para a obra-prima de
Vladimir Nabokov
O Gato Negro
Ônix e jade.
Lagoas verdes
que fosforescem na sombra
do ébano arqueado.
Repouso de veludo.
Garra afiada
sob a noturna seda.
Elástica mola
hábil para o salto,
desde o pesaroso desmaio
da sesta ronronante.
Assim o gato,
enroscado
no sofá liso
da alcova;
em silêncio,
enovelado,
sobre o tíbio coxim
de minha carne,
inesperadamente,
ágil brinca o desejo,
quando mais adormecido parece.
Referência:
VEGA, Luz Méndez de la. El gato negro. In:
__________. Antología poética: ayer y hoy. Guatemala (GT):
Artemis-Edinter, 1994. p. 19.
ö
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