Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

The Death of the Old Year - Lord Alfred Tennyson

Neste derradeiro dia de 2013, presto homenagem ao "Ano Velho" com um poema do britânico Alfred Tennyson (1809-1892), transcrito aqui em seu original em inglês, logo após a tradução deliberadamente franca que apresento abaixo, pela qual peço a indulgência dos leitores em razão da ampla liberdade adotada, tão liberal que em determinados pontos acabo por afastá-la do original. Mas tudo em busca de maior conforto e fluência do texto em português. Espero que tenha valido a pena (rs).

J.A.R. – H.C.


  
A Morte do Ano Velho

Há neve até os joelhos em toda parte,
E os ventos do inverno suspiram exaustivamente;
Dobra, a todos, o dolente e moroso sino da igreja,
A avançar suavemente e a falar baixinho,
Ao moribundo Ano Velho.
Ano Velho, você não deve morrer;
Você veio até nós assim tão prontamente,
Você conviveu conosco de modo inabalável,
Ano Velho, você não há de morrer.

Ele ainda jaz sem mover-se;
Não presenciará o alvorecer do próximo dia.
Negaram-lhe sobrevida.
Ele me trouxe amigo e verdadeiro amor,
Que serão levados para bem longe pelo Ano Novo.
Ano Velho, você não deve partir;
Pelo tempo em que você nos fez companhia,
Tantas alegrias você desfrutou conosco,
Ano Velho, você não há de partir.

Ele espumejou os seus amortecedores até a borda;
            Um ano mais venturoso não tornaremos a ver.
Mas ainda que seus olhos estejam gradativamente turvos,
E mesmo a despeito de seus oponentes falarem mal dele,
            Ele foi um grande amigo para mim.
                        Ano Velho, você não há de morrer;
                        Nós rimos e choramos com você,
                        Para fenecer com você tenho metade da mente,
                        Ano Velho, se você tiver que morrer.

Ele era pleno de graça e malícia,
 Mas todos os seus joviais gracejos são demais.
Para vê-lo perecer, nos estertores,
Seu filho e acaso herdeiro cavalga apressadamente,
 Embora seu passamento lhe anteceda.
            Cada qual agindo autonomamente.
            A noite está estrelada e fria, meu caro,
            E o Ano Novo, lépido e audaz, amigo,
            Vem para tomar a sua vez.

Quão difícil ele respira sobre a neve!
 Justo neste momento eu ouvi o galo cantar.
As sombras bruxuleiam de lá para cá;
Os grilos chilreiam; a luz arde fracamente;
            Já é quase meia-noite.
                        Agite as mãos, antes de morrer.
                        Ano Velho, iremos pranteá-lo bastante;
                        O que podemos fazer por você?
                        Diga-nos antes de expirar.

Seu rosto está se tornando crispado e descarnado.
            Alack! Nosso amigo se foi, meu caro,
Feche-lhe os olhos; ampare-lhe o mento;
Afaste-se dos despojos; deixe-o
            que permaneça ali sozinho,
E vá esperar à porta.
                        Há um novo pé sobre o solo, caríssimo,
                        E um novo rosto à porta, meu amigo,
                        Um novo rosto à porta.

VIZETELLY, Henry; FOSTER, Miles Birket. Christmas with the poets. London, UK: David Bogue, 1851. p. 188-189.

The Death of the Old Year

Full knee-deep lies the winter snow,
And the winter winds are wearily sighing;
Toll ye the church-bell sad and slow,
And tread softly, and speak low,
For the Old year lies a-dying.
Old year you must not die;
You came to us so readily,
You lived with us so steadily,
Old year, you shall not die.

He lieth still; he doth not move;
He will not see the dawn of day.
He hath no other life above.
He gave me a friend and a true, true love,
And the New year will take ’em away.
Old year, you must not go;
So long you have been with us,
Such joy as you have seen with us,
Old year, you shall not go.

He frothed his bumpers to the brim;
A jollier year we shall not see.
But though his eyes are waxing dim,
And though his foes speak ill of him,
He was a friend to me.
Old year, you shall not die;
We did so laugh and cry with you,
I've half a mind to die with you,
Old year, if you must die.

He was full of joke and jest,
But all his merry quips are o’er.
To see him die, across the waste
His son and heir doth ride post-haste,
But he’ll be dead before.
Every one for his own.
The night is starry and cold, my friend,
And the New year blithe and bold, my friend,
Comes up to take his own.

How hard he breathes! over the snow
I heard just now the crowing cock.
The shadows flicker to and fro;
The cricket chirps; the light burns low;
'T is nearly twelve o'clock.
Shake hands, before you die.
Old year, we'll dearly rue for you:
What is it we can do for you?
Speak out before you die.

His face is growing sharp and thin.
Alack! our friend is gone,
Close up his eyes; tie up his chin;
Step from the corpse, and let him in
That standeth there alone,
And waiteth at the door.
There's a new foot on the floor, my friend,
And a new face at the door, my friend,
A new face at the door.

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