Outro (Soneto ao Nascimento)
Amor sublime, eterno, incompreensível,
amor que o torpe amor converte em puro,
amor que ao duvidoso faz seguro,
amor que tudo vê, sendo invisível.
Amor que faz suave ao insofrível,
amor que mostra claro o que era escuro,
amor que faz mais brando o que é mais duro,
amor que facilita ao impossível.
Amor que tudo vence e tudo apura,
o homem com seu Deus pacificando
quis que este Deus ao homem se ajuntasse.
E juntos o Criador com a criatura,
que a criatura em Deus ficasse amando
e Deus nas criaturas sempre amasse.
Referência:
Salvado, António. Anunciação
e Natal na poesia
portuguesa. Lisboa: Polis, 1969. p. 48-49.
portuguesa. Lisboa: Polis, 1969. p. 48-49.
J.A.R. – H.C.
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