Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

20 de Dezembro – Último Dia de Trabalho em 2013


Aos internautas que costumam acompanhar este bloguinho, deixo aqui o meu agradecimento pela atenção deferida durante o ano que ora finda. Distribuo amplos votos de Ótimas Festas nestes dias derradeiros, festas que, espero, fiquem gravadas de modo indelével em nossos corações. E que o ano de 2014 seja pleno de muitas conquistas positivas!

Informo que apesar de hoje, 20 de dezembro, ser o meu último dia de trabalho em 2013, isso não significa que as postagens sofrerão solução de continuidade nas duas semanas de férias que irei usufruir a partir de então. Muito pelo contrário: continuarão normalmente...

E aproveito este momento de oportuna reflexão para fazer ver que, o que quer que ocorra com cada um de nós de hoje para sempre, não poderá demover nossos Planos de Felicidade (assim, com letras maiúsculas!), seja qual seja o significado que atribuímos a tal vocábulo!

Nossas mentes são recursos poderosos a que temos acesso a todo momento. E somente elas são capazes de mudar o nosso mundo, tanto interno quanto o que se encontra à nossa volta. Esse tema já foi, vezes sem conta, objeto de atenção dos poetas em muitas composições memoráveis.

Uma delas é a que transcrevo abaixo, de autoria de Sir Edward Dyer (1543-1607), poeta britânico com o mesmo sobrenome do Dr. Wayne W. Dyer, psicólogo norte-americano, autor do livro “Muitos Mestres”, de onde a extraí. Com esse poema eu me despeço afetuosamente de todos:


Minha Mente é para Mim um Reino

Minha mente é para mim um reino;
Tantas alegrias ali encontro,
Que superam todas as outras satisfações
Que o mundo proporciona ou produz com generosidade.
Embora eu queira muito do que outros talvez tenham,
Ainda assim minha mente não se permite ansiar.

Nada de pompa principesca, nenhuma abundância de riquezas,
Nenhuma força para obter vitórias,
Ninguém capaz de aliviar uma dor,
Nenhuma imagem para um olhar amoroso;
A nada disso me considero aprisionado,
Porque minha mente serve a todos.

Vejo quantos muitas vezes sofrem,
E o escalador impetuoso logo cai;
Vejo que quem está voando
Expõe todos a um acidente;
Conseguem com trabalho tudo, guardam com temor:
Tais preocupações minha mente jamais poderia suportar.

Vivo contente, este é o meu paradeiro,
Não busco mais do que o que me basta;
Insisto em não suportar domínio altivo;
Veja! O que me falta minha mente supre.
Olhe! Assim eu triunfo como um rei,
Satisfeito com o que minha mente me traz.

Alguns têm demais, e mesmo assim ainda anseiam;
Eu tenho pouco e não busco mais.
Nada mais são do que pobres, apesar de tudo que têm,
E eu sou rico com poucas coisas.
Eles pobres, eu rico; eles imploram, eu dou;
A eles falta, eu me desfaço; eles definham, eu vivo.

Não rio da perda dos outros;
Não invejo o ganho dos outros;
Nenhuma onda mundana inquieta minha mente;
Minha condição original ainda permanece.
Não temo inimigos, não bajulo amigos;
Não detesto a vida, nem receio o meu fim.

Alguns avaliam sua satisfação pela glória,
Sua sabedoria pela vontade furiosa;
Seu tesouro é seu único bem,
Sua habilidade com disfarces é sua arte:
Mas todo o prazer que encontro
É manter a mente em paz.

Minha riqueza é saúde e perfeito bem-estar,
Minha consciência limpa é a defesa que escolhi;
Não busco agradar ninguém com subornos,
Nem por fraudes ofender.
Assim eu vivo; assim morrerei;
Fizessem todos assim como eu!

Referência:
DYER, Wayne W. Muitos mestres: sabedoria de diferentes épocas para a vida diária. Tradução de Roberto Argus. Rio de Janeiro: Record – Nova Era, 2003. p. 87-88.

Obs.: Encontrei na internet, no seguinte endereço, uma outra tradução do mesmo poema acima, à qual atribuo maior virtude estética no plano da linguagem literária, o que me leva, neste ponto,  a indicá-la àqueles que, como eu, veneram o poder da palavra (rs).

J.A.R. – H.C.

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