Natal
Que nos trazes a não ser
lágrimas cada vez mais,
natal eterno a nascer
de outros natais!...
Ligeira esperança que toca
os nossos olhos molhados
e o sangue da nossa boca,
amordaçados…
Ah, bruxuleante luz
acenando ao longe em vão
e que a dor nos reproduz
em ilusão…
Ternura dum breve instante
que o próprio instante desterra,
morta no fato constante
de tanta guerra!
Referência:
Salvado, António. Anunciação
e Natal na poesia
portuguesa. Lisboa: Polis, 1969. p. 227.
J.A.R. – H.C.
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