Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

António Salvado – Natal


Natal

Que nos trazes a não ser
lágrimas cada vez mais,
natal eterno a nascer
de outros natais!...

Ligeira esperança que toca
os nossos olhos molhados
e o sangue da nossa boca,
amordaçados…

Ah, bruxuleante luz
acenando ao longe em vão
e que a dor nos reproduz
em ilusão…

Ternura dum breve instante
que o próprio instante desterra,
morta no fato constante
de tanta guerra!

Referência:
Salvado, António. Anunciação e Natal na poesia
portuguesa. Lisboa: Polis, 1969. p. 227.

J.A.R. – H.C.

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