A Cigarra de Natal
De quarto adentro, hoje, de madrugada,
Uma cigarra entrou pela janela,
Trazendo na canção doida e estouvada
As cores da paisagem de aquarela.
E zinia e rodava, tresloucada,
Como no vendaval folha amarela.
De súbito, rolou despedaçada
Sem que eu salvar pudesse as asas dela.
No voo alucinado lá por fora,
Se entre as casas da rua entrou na minha,
Sua presença o coração me abrasa
É a caixinha de música, sonora,
Que o amor mandou de uma árvore vizinha
A árvore de Natal da minha casa.
Referência:
CARVALHO, Edgar de. As mais
belas poesias de Natal.
Rio de Janeiro: Vecchi, 1957. p. 199.
J.A.R. – H.C.
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