Papai Noel!
De há muito eu te espero, oh meu Papai Noel!
Este ano,
tu não poderás mais surpreender-me...
Na hora adiantada da noite,
os teus passos, por mais furtivos que sejam,
virão encontrar-me acordado...
De há muito eu te espero, oh meu Papai Noel!
Mas, agora,
não quero que me tragas nada:
Sei que a minha ambição é tão grande
que ela não caberia no teu saco de brinquedos!
Sei que a minha ambição
é pesada demais para os teus ombros alquebrados!
Não, não quero que me tragas nada.
Quero, apenas, que leves,
para bem longe de mim,
esta recordação eterna,
esta recordação sem fim.
Mas, tem cuidado, oh meu Papai Noel,
não vás ficar com ela.
Se ficares,
os guris se cansarão de tanto esperar-te
e os Reis Magos,
em caminho a Belém,
hão de encontrar-te soluçando...
De há muito eu te espero, oh meu Papai Noel!
Referência:
CARVALHO, Edgar de. As mais
belas poesias de Natal.
Rio de Janeiro: Vecchi, 1957. p. 25-26.
J.A.R. – H.C.
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