Oração a Papai Noel
Papai Noel, como eu te amava, outrora,
nos bons tempos de minha meninice :
não havia presente que eu pedisse
que, a sorrir, não me desses, sem demora.
Mas, hoje, não distante da velhice,
a minha alma de pária, em vão, te implora
um lenitivo, um gesto de meiguice:
já não me vês, nem me sorris, agora.
Papai Noel, eu sou criança, ainda,
possuo a ingenuidade, que não finda,
de uma alma simples, clara, matinal.
Não deixes, pois, lá da celeste altura,
que a minha dor e minha desventura
aumentem, de Natal para Natal!
Referência:
CARVALHO, Edgar de. As mais
belas poesias de Natal.
Rio de Janeiro: Vecchi, 1957. p. 133.
J.A.R. - H.C.
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