Natal
Longe, surgem no céu clarões de um novo dia!
Por que terá fugido o ignorado pastor?
Na tosca manjedoura, os olhos de Maria
Falam um infeliz e imorredouro amor!
Um menino nasceu! Chamaram-lhe “Senhor”.
Aqueles que seu pai, sem lar, sem alegria,
Encontraram seu berço, numa estrebaria
E trouxeram com a vida, o destino da dor!
Jesus! Seu próprio nome já sugere a luz!
Seu corpo foi mais tarde a bandeira ferida,
Desfraldada a sangrar no mastro de uma cruz!
Não teve pai, – no entanto, em seu amor profundo
Divinizou o ventre que lhe deu a vida,
E humanizou e deu paternidade ao mundo!
Referência:
CARVALHO, Edgar de. As mais
belas poesias de Natal.
Rio de Janeiro: Vecchi, 1957. p. 142.
J.A.R. – H.C.
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