Árvore de Natal
Tarde! Estou muito triste, triste, assim
De uma tristeza imóvel e vazia.
E uma ronda de crianças esfuzia
Na aquarela chinesa do jardim.
Aos poucos a frândola leviana
chega-se a mim, cerca-me ousadamente:
Inquietas lavrazinhas de alma humana,
Misteriosos destinos em semente
Vêm parar a meus pés depois – meigas violetas
Sob a sombra de uma árvore doente.
Não tenho nada para dar-lhes; sou
Como um pinheiro contemplativo,
Cujos ramos dolentes não têm frutos,
Que há muito um vento cruel os arrancou.
Referência:
CARVALHO, Edgar de. As mais
belas poesias de Natal.
Rio de Janeiro: Vecchi, 1957. p. 11.
J.A.R. – H.C.
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