Sem muitas
palavras, mas tão apenas sentimentos: o “poetinha” resume a historinha do Natal
e parece pedir que ela finde logo, porque sendo triste a estação, solicita ao
infante que apresse em erguer-se.
O Filho do Homem
O mundo parou
A estrela morreu
No fundo da treva
O infante nasceu.
Nasceu num estábulo
Pequeno e singelo
Com boi e charrua
Com foice e martelo.
Ao lado do infante
O homem e a mulher
Uma tal Maria
Um José qualquer.
A noite o fez negro
Fogo o avermelhou
A aurora nascente
Todo o amarelou.
O dia o fez branco
Branco como a luz
À falta de um nome
Chamou-se Jesus.
Jesus pequenino
Filho natural
Ergue-te, menino
É triste o Natal.
[Natal de 1947]
Referência:
MORAES,
Vinicius de. Antologia poética.
São
Paulo: Companhia das Letras, 1002.
p.
210-211.
J.A.R. – H.C.
J.A.R. – H.C.
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