Natal
Todos fomos crianças algum dia,
e todos nós tivemos, afinal,
a parcela de graça e de alegria
que foi o doce encanto dum Natal.
Recordemos em paz, com toda a calma,
se cabe recordar... sem amargor!
O tronco mais antigo tem na alma
a lembrança do dia em que deu flor!
Nesta quadra de sombras e alegrias
ninguém se quedará de mãos vazias...
A partilha nem sempre é de igualdade,
mas, enfim, eu não sei por que segredos,
a infância de tudo faz brinquedos,
a velhice de tudo faz saudades!
Referência:
Salvado, António. Anunciação
e Natal
na poesia portuguesa. Lisboa: Polis, 1969. p. 183.
J.A.R. - H.C.
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