Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Brasil: Tetracampeão da Copa das Confederações

Jogando um futebol aplicado, com determinação e maior poder de finalização que o seu adversário, além de contar com boa dose de sorte, a Seleção Canarinho mostrou a sua força, com poder de recuperação que nem o mais otimista de seus torcedores seria capaz de imaginar.

O resultado de ontem, Brasil 3 x 0 Espanha, pode assombrar aqueles que não assistiram ao jogo. Mas, no plano das meras propensões, a julgar pelo ocorrido em semifinais de torneios internacionais, era quase certo que, ao fim, a Amarelinha lograsse tal êxito.

Digo isso pautado no histórico de jogos em que times, contra os quais seus adversários pelejaram na semifinal até a prorrogação do jogo, acabaram por ter sucesso na decisão, no mais das vezes com placares elásticos. Senão vejamos:

  • Copa de 70: semifinal em que a Itália jogou prorrogação contra a Alemanha e, na final, perdeu para o Brasil por 4 x 1;

  • Copa de 82: semifinal em que a Alemanha pelejou na prorrogação contra a França e, ao final, sucumbiu por 3 x 1 para a Itália; e

  • Copa de 98: semifinal em que o Brasil jogou prorrogação contra a Holanda e, na final, caiu fragorosamente para a França por 3 x 0;

Portanto, os 3 x 0 de ontem não chegam a ser, assim, tão inesperados.

  
Quanto ao futebol jogado pela Espanha, parece-me que chegou ao limite de suas possibilidades, pautadas estas pela proposta de toque de bola à exaustão. Perceba-se que o Barcelona, base do time europeu, já passou, neste ano, a sua segunda temporada sem chegar às finais da Copa dos Campeões.

Tal fato sugere que os seus adversários atingiram um ponto de acomodação para sustentar quaisquer pressões por posse de bola, tornando-se mais eficazes – e aqui vai um termo com o sentido bem afeito à esfera da administração! – que o elenco catalão, no plano das finalizações ao gol.

Com efeito, é eloquente os 7 x 0, no placar agregado, imposto recentemente pelo Bayern de Munique ao Barcelona, como que a ratificar a tese de que este, sem contar com a contribuição decisiva de Messi, nivela-se a qualquer outro time. Aliás, é notória a contribuição do argentino para as conquistas do Barcelona: sem ele, pouco ou nada feito!

Entretanto, não é bem assim: o Barcelona e, por extensão, a seleção espanhola, detém ainda um poder de toque de bola incontrastável, embora prescinda de poder de ataque para materializar no placar a sua supremacia. Isto é: trata-se de um time eficiente, com limitada eficácia. Os números da Copa de 2010 confirmam essa hipótese: venceu três mata-matas por 1 x 0, inclusive a final contra a Holanda.

Transitando agora para o material humano disponível, nota-se que o elenco espanhol, sob a ótica deste observador, possui apenas dois jogadores acima da média: Iniesta e Xavi. Os demais jogadores são atletas com perfil normal. É o mencionado toque de bola que faz a força de seu envolvente futebol.

Por fim, resta um derradeiro comentário: o fato de o Brasil haver vencido a Copa das Confederações 2013 não o torna favorito para a Copa de 2014. Faltam ainda, a serem melhor analisadas, as seleções da Alemanha e da própria Argentina. Brasil, Itália e Espanha bem já o vimos!

Esperemos até lá.

J.A.R./H.C.

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