Abstraindo o uso político, positivo ou negativo, que se
possa atribuir ao filme, o fato é que se trata de uma obra como poucas, a
provar que para se fazer bom cinema não há necessidade de orçamentos
bilionários como os de Hollywood. E com relação ao enredo, tudo ali está: os
diferenciais de classe – duas famílias, evidentemente, com níveis de renda
bastante distintos –; tratamentos não igualitários para homens e mulheres; institutos
de guarda familiar e da seara penal muito bem caracterizados; e, para fechar,
um exemplar daquilo que algumas feministas denominam por “ética do cuidado”, só
que mediante um caso que não convergiria para dar sustentação aos seus
argumentos: a de um filho que, compreendendo a situação de incapacidade físico-mental
do pai, não o abandona!
Alem disso, o filme revela algo que se deveria averiguar com
mais atenção: a relação que se dá, no âmbito da questão jurídica, é direta, entre
o pretendente, autor ou réu, com o juiz da causa. Isto é: não se veem
advogados! Para pensar: isso de fato ocorre na sociedade iraniana?
Seja como for, a película é digna do Oscar de Melhor Filme
Estrangeiro que recebeu em 2012!
J.A.R. - H.C.
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