Alpes Literários

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UM PASSEIO PELOS ALPES LITERÁRIOS

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Sérgio Milliet - Unidade

Unidade e dualidade: muito provavelmente o poema de Milliet faz rápida digressão sobre as vicissitudes do relacionamento amoroso, em cujo itinerário se podem constatar, com nitidez, as distinções de personalidade de cada um dos parceiros, ainda que sob o propósito de se integrarem num enlace identitário.

Para viver um grande amor, como diria Vinicius, é preciso um permanente cuidado não só com o corpo, mas, e sobretudo, com a mente, para assim levar o batel nem tanto ao mar nem tanto à terra, ou melhor, sem ciúme doentio pelo(a) amante, nem deixá-lo(a) à solta, num autêntico “laissez-faire”...

J.A.R. – H.C.

Sérgio Milliet
(1898-1966)

Unidade

Jamais seremos um mais de um minuto!

Todas as forças se concentram
todos os desejos se enrijam
todos os anseios se sublimam
na urgência de sermos um...

Mas apenas desprende-se a centelha
já se quebram todas as molas,
inexorável dualidade!

Jamais seremos um mais de um minuto!

Amantes
(William Powell Frith: pintor inglês)

Referência:

MILLIET, Sérgio. Unidade. In: __________. Poesias. Porto Alegre, RS: Livraria do Globo, 1946. p. 140.

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